sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Solidão

As vezes, quando sozinho em meio às águas, sentindo o gelar da pedra e o irromper das cascatas sobre o fundo branco e cristalino, sinto-me finalmente sozinho.
 
Sinto-me, pois sei que não estou.
Sinto-me, pois as águas levam lentamente um pouco de mim consigo, até quase me esvaziar por completo.
Sinto-me, pois o pouco de mim que permanece é adormecido pelo gelar das rochas, confundido pelas constantes ocilações dos choques entre água e pedra,  e barrado pelo estridente som de sua aparente batalha.
Sinto-me, pois quando todo o “eu” parece não mais existir, somente então nada o pode acompanhar.

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